A criança superdotada

O desenvolvimento destas crianças não é sincronizado, ou seja, o desenvolvimento físico,
emocional e intelectual não segue um mesmo ritmo. Este último sempre se sobressai.

Filhos inteligentes e com boas notas na escola estão nos sonhos de qualquer pai e mãe. Se
você é mãe ou pai de uma criança que pode ser superdotada, provavelmente está feliz com isso.
Mas, ao mesmo tempo, pode estar preocupado. Você pode estar dividido entre estimular o
suficiente para desafiar o seu filho brilhante e pressionar demais.

A moderna psicologia educacional tira a imagem de gênios e a substitui pela de meninos e
meninas com habilidades especiais e que devem ser treinados e incentivados.
Apesar dos professores terem dificuldades de identificar alunos superdotados, facilmente
apontam aqueles estudantes que aprendem mais rápido, que são mais curiosos e que perguntam
demais.

Características das crianças superdotadas:
 precocidade para determinadas tarefas;
 memória excelente;
 têm interesse precoce por números e capacidade incomum de raciocínio;
 andam, falam e lêem mais cedo do que a maioria das crianças de sua idade e sexo;
 velocidade de aprendizagem muito maior do que as demais crianças;
 têm um vocabulário excepcionalmente extenso para sua idade;
 habilidade especial para desenho ou outro trabalho artístico;
 são extremamente curiosos a respeito dos assuntos mais diversos;
 tendem a associar-se a crianças mais velhas do que ela;
 habilidade de se concentrar numa atividade por longos períodos de tempo;
 agem como líder entre crianças de sua própria idade;
 constroem estórias bastante vívidas e dramáticas, ou então relatos com muitos detalhes;
 têm facilidade para aprender coisas novas e compreender uma explicação;
 se expressam de maneira clara, colocando sempre o que sentem;
 têm altos desempenhos em áreas específicas e conjuntas;
 alguns mostram, logo cedo, indícios de um interesse e de um talento especiais para
música, arte, teatro ou dança;
 são criativas com os brinquedos.

Causas:
Sabe-se que há um componente genético na formação do superdotado. Mas há outros
fatores, como um maior número de interligações entre os neurônios no seu cérebro.
Acredita-se, hoje, que as altas habilidades são fruto de uma combinação entre
hereditariedade e meio social.
Também influenciam: a qualidade de vida, acesso à informação e oportunidade de
desenvolvimento cognitivo.

Avaliação:
A avaliação de uma criança superdotada deve ser realizada por uma pessoa ou por um
serviço que tenha experiência com crianças pequenas e também com os testes e métodos de
interpretação apropriados. Isto envolve o uso de testes padronizados que medem o desenvolvimento
dos níveis de habilidade e de talento.
Os resultados de uma avaliação indicam quais as áreas de aprendizado que uma criança
pode começar a dominar em idade precoce e o nível de leitura apropriado para a criança. Uma vez
conhecidos os resultados, você pode considerar opções como entrar mais cedo para a escola e o
envolvimento em programas especiais.
Os testes de inteligência são eventualmente feitos e normalmente revelam um QI acima da
média, mas são a última etapa em uma avaliação que analisa o comportamento da criança, seus
interesses, habilidades orais e físicas e até mesmo a maturidade. Até porque uma criança pode ser
extremamente desenvolvida em uma área e nem tanto em outras.

Orientações:
 encorajar a curiosidade natural do seu filho, sem pressionar ou forçar;
 proporcionar quaisquer experiências enriquecedoras que puder, principalmente as que o seu
filho gosta. Aproveitar oportunidades em livrarias, museus infantis e afins;
 procurar outros pais dispostos a se juntar a você e dividir seu conhecimento e entusiasmo
enquanto levam as crianças a passeios educativos adequados;
 crianças superdotadas são especiais sim mas são, antes de mais nada, crianças. Por isso
temos que ter o cuidado de estimulá-las e não, estigmatizá-las.
 caminhar junto com elas, dialogar, ajudá-las na construção de sua identidade pessoal é o
papel daqueles que convivem com estas crianças.

Dificuldades:
Pois saiba que a vida delas não é um completo mar de rosas e muitas sofrem exclusão.
Elas enfrentam uma série de dificuldades por terem inteligência acima da média e se destacar entre
os colegas da mesma idade.
Os pais ficam orgulhosos, mas se preocupam muito em encontrar a melhor educação para os
filhos. Uma das principais preocupações deles é justamente evitar que seus filhos sofram
preconceito na escola ou entre os amigos. Ser “geninho” pode causar isolamento por parte das
outras crianças.

A rapidez para aprender sobre alguns assuntos muitas vezes é outra dificuldade observada
com estas crianças, pois pode provocar o isolamento em determinadas situações. Este problema
chama mais a atenção na criança pequena que, por ser mais precoce, pode ficar fora do ambiente.
A falta de assistência pode fazer com que o superdotado nivele-se aos outros ao longo de seu
desenvolvimento. Um exemplo que pode ocorrer é o de alguém que tire notas menores ou não se
esforce em estudar apenas para ser aceito em seu grupo ou não ter fama de “nerd”. O jovem que não
tiver chance de desenvolver suas capacidades pode também se tornar um problema para a
instituição onde estuda e para a sociedade. O acompanhamento a crianças que manifestem
precocidade é fundamental para garantir o desenvolvimento de suas potencialidades.
Vocabulário sofisticado e extensor senso de humor podem levar as crianças superdotadas a
serem mal entendidas, o que pode causar sentimento de inferioridade e de rejeição. (Por isso
preferem ficar com crianças mais velhas ou adultos).

Indicações: existem duas linhas de pensamento:
 manter criança na turma escolar de mesma idade e para aprender a mesma matéria. O que a
diferencia das outras é que há um maior aprofundamento daquilo que a turma aprende. Esta
opção é para aqueles que pensam que tirar a criança do grupo, mudar de escola ou passá-la
para uma turma mais avançada pode causar problemas emocionais e de exclusão.
 avançar com a criança para o ano seguinte para não desestimulá-la em relação aos estudos e
para favorecer o desenvolvimento de comportamentos indesejáveis.

Notícias:
O MEC incentiva os estados a terem programas específicos de identificação de
superdotados. Além de Brasília, Minas, Rio e Rio Grande do Sul têm centros para isso.
O direito à educação diferenciada para os superdotados é previsto por lei. De acordo com o
site do Ministério da Educação (MEC), este tipo de aluno deve receber atendimento suplementar em
Salas de Recursos ou outros espaços em horários além das aulas regulares. É só entrar em contato
com a Secretaria de Educação do Estado ou Município.

Mais informações nos sites abaixo:
 Associação Brasileira para Altas Habilidades/Superdotação (ABAHSD), em Vitória
(ES), que dispõe de publicações, dicas e orientações para pais de crianças precoces –
www.agaahsd.com.br .
 Associação de pais e amigos p/ apoio ao talento (ASPAT) – www.aspat.ufla.br
 Conselho Brasileiro para Superdotação (CONBRASD) – www.conbrasd.com.br
 Centro para Desenvolvimento do Potencial e Talento – CEDET – www.aspat.ufla.br
 Programa Educação Inclusiva do Mec – www.portal.mec.gov.br/seesp
 Associação Milton Campos para desenvolvimento e assistência a vocações de bem
dotados – ADAV – www.pensapositivo.com.br/ADAV
Orientações:
 Reconhecer que as crianças superdotadas podem ser capazes de se socializar com crianças
da mesma idade, mas não satisfazerem suas necessidades sociais, emocionais e intelectuais
somente com elas. Podem precisar de interagir com outras crianças superdotadas, crianças
mais velhas ou mesmo adultos;
 Quando a criança superdotada tiver irmãos “normais”, os pais devem redobrar a atenção e se
ater às características de cada filho. Esta pode ser uma boa oportunidade para se trabalhar a
questão da diferença;
 Evitar o tratamento diferenciado do filho superdotado em relação aos demais;
 Prover as mais diversas fontes de estímulos, todavia sem exagerar;
 Ajudar o superdotado a conviver com seus pontos fracos e fortes, para que se sinta mais
seguro e, com certeza, feliz.

Se identificar o potencial do superdotado pode, à primeira vista, não ser fácil, trabalhá-lo,
pode ser ainda mais difícil. Mas é uma necessidade, pois se não for desenvolvido muitas vezes este
potencial pode se perder na fase adulta por falta de incentivo.

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