A tríade diagnóstica do TDAH (déficit de atenção, hieratividade e impulsividade) se
manifesta fortemente nos ambientes estruturados tanto do ponto de vista comportamental quanto
cognitivo. Por isso, na maioria das vezes a primeira suspeita de TDAH vem da escola. É como se os
pais, mesmo suspeitando de algo errado, esperassem um “grito” vindo da escola. Por ser um local
com ampla amostragem e regida por regras e limites, geralmente é a primeira a identificar os
sintomas de TDAH em uma criança. E uma vez que estas crianças com frequência têm problemas
para manter a atenção em tarefas que exigem concentração, a finalização de trabalhos escolares
(geralmente executados na carteira) é um tanto inconstante.
Dois são os fatores fundamentais para o sucesso com estas crianças:
1º) a informação; o professor deve estar familiarizado com os sintomas de TDAH, bem
como os sintomas das comorbidades associadas; deve estar por dentro das formas de tratamento e
de intervenção mais indicadas para essas crianças;
2º) relação positiva; este tipo de relação (positiva) entre o professor e o aluno é fundamental
para a criança com TDAH melhorar as adaptações sociais e acadêmicas a curto e a longo prazo.
Caso contrário, tais crianças podem piorar suas já tão pobres conquistas, reduzindo sua motivação
para aprender e praticá-las na escola, rebaixando sua auto-estima. Isso tudo pode resultar em
insucesso e mesmo em abandono da escola.
Algumas orientações para lidar com estas crianças no âmbito escolar:
estruturar os tempos de instrução
visar a exigência nos resultados e não na apresentação
diminuir a quantidade de cópias, se possível;
a abordagem da criança com TDAH deve ser feita por todod os prfesores, para ser
mais eficaz;
a matéria deve ser introduzida em módulos curtos de trabalho;
as avaliações devem ser menos espaçadas;
a criança com TDAH frequentemente necessita de tempo extra para realizar as
atividades;
instruir sobre a necessidade de uso da agenda escolar;
cuidar para não estimular demais durante as aulas;
instruir os companheiros de sala a ignorar determinados comportamentos;
estruturar parcialmente os recreios;
comprometer os pais no processo de socialização;
supervisionar o aluno de forma freqüente e consistente;
dar preferência aos métodos de instrução que permitam ao aluno ter uma
participação ativa na aula;
utilizar instruções multisensoriais;
fracionar a entrega de trabalhos/projetos;
no ensino da Matemática use folhas quadriculadas para assegurar o alinhamento das
operações;
manter um estreito contato visual;
evitar proibir o recreio como forma de castigo.