Em que consiste a Terapia Cognitivo Comportamental

Princípios centrais:
1) nossas cognições têm influência controladora sobre nossas emoções e
comportamentos;
2) a atividade cognitiva pode ser monitorada e alterada;
3) o comportamento desejado pode ser influenciado mediante a mudança
cognitiva;
4) o modo como agimos ou nos comportamos pode afetar profundamente
nossos padrões de pensamento e nossas emoções.

O material trazido à consulta não é interpretado pelo terapeuta, mas elaborado em
conjunto com o paciente num trabalho de identificar, examinar e corrigir as distorções do
pensamento que causam sofrimento emocional ao indivíduo.

A teoria dos construtos pessoais (crenças nucleares ou auto-esquemas) de Kelly
(1955) e a terapia racional-emotiva de Ellis, bem como a teoria psicanalítica, também
contribuíram para o desenvolvimento das teorias e dos métodos cognitivos
comportamentais.

Aaron Beck foi a primeira pessoa a desenvolver completamente teorias e métodos
para aplicar as intervenções cognitivas e comportamentais a transtornos emocionais. Suas
primeiras formulações centravam-se no papel do processamento desadaptativo de
informações em transtornos de depressão e ansiedade.

Segundo a TCC os sintomas estão relacionados a um estilo negativo de
pensamento em três domínios: si mesmo, mundo e futuro (a “tríade cognitiva negativa”).

Objetivo: reverter cognições disfuncionais e comportamentos relacionados. O
objetivo da TCC é identificar e desenvolver os esquemas adaptativos e ao mesmo tempo
tentar modificar ou reduzir a influência dos esquemas desadaptativos, através das
estratégias compensatórias.

Na Terapia Cognitiva o paciente aprende a:
1. identificar e modificar sua forma distorcida de pensar;
2. identificar e modificar as emoções que esses pensamentos provocam;
3. identificar e modificar os comportamentos que são tomados como
conseqüência desses pensamentos e emoções;
4. utilizar formas alternativas, mais funcionais, de pensar e se comportar
diante das situações;
5. reestruturar crenças nucleares;
6. solucionar problemas;
7. construir estratégias de enfrentamento;
8. construir habilidades necessárias ao enfrentamento;
9. prevenir recaída.

São três os níveis de processamento cognitivo:
1. consciência: para monitorar e avaliar as interações com o ambiente, ligar
memórias passadas às experiências presentes e controlar e planejar ações
futuras.
2. pensamentos automáticos: são cognições que passam rapidamente por
nossas mentes quando estamos em meio a situações (ou relembrando
acontecimentos).
3. esquemas: são crenças nucleares que agem como matrizes ou regras
subjacentes para o processamento de informações. Permite aos seres
humanos selecionar, filtrar, codificar e atribuir significado às informações
vindas do meio ambiente.

Pensamentos automáticos: na depressão, os PA muitas vezes se centram em
temas de desesperança, baixa auto-estima e fracasso. Já nos transtornos de ansiedade, as
pessoas têm PA’s que incluem previsões de perigo, prejuízo, falta de controle ou
incapacidade de lidar com ameaças. Às vezes estes pensamentos podem ser logicamente
verdadeiros e podem ser uma percepção adequada da realidade da situação. Os PAs
aparecem espontaneamente (e não como resultado de reflexão ou vontade) e podem ser
ativados por eventos externos ou internos.

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